Conceito marxista renovado, alargado e fundante da obra do Círculo de Bakhtin. Esta roda de conversa pretende concentrar as reflexões em torno da manutenção/renovação do conceito, das críticas dirigidas a ele e da sua própria reformulação, assim como sua importância para o desenvolvimento de uma compreensão dialógica de linguagem.
Obs.: Utilize o link de comentários abaixo para discutir o tema dessa Roda de Conversa.
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5 comentários:
Antes, uma pergunta: ideologia não pode ser tomada também, no Círculo, da perspectiva dinâmica da responsividade no ato do sujeito no mundo (e toda a alteridade que isso implica)?
A ideologia atravessa o território individual e o social, e está ligada à questão da valoração. Para Medvedev, o discurso, ato entre sujeitos, o que liga valor ideológico e obra material é a avaliação social. Assim, envolve, mais do que responsividade, responsabilidade.
Usei o termo responsividade tentando incorporar tanto respondibilidade - resposta - e responsabilidade.
É justamentente isto, no concreto, no arroz com feijão de nosso dia-a-dia, que afinal me parece ser o que o Círculo procurava discutir, fugindo da ultra-objetividade (positivista?) e do ultra-subjetivismo (cartesiano?), sempre estamos em processo de resposta, e qualquer resposta é sempre a assunção de nossa responsabilidade por ela, que é ato. Concreto.
Daí que, por exemplo, como professora, sou responsável por qualquer resposta que dou ao meu aluno, sem álibi (ainda que também sem a auto-imolação do chicote, por Deus!). Respondo e sou responsável.Não é isso? Não pode ser isso? Posição axiológica...
PS: realmente, não consigo me ajustar à senha que criei, responsavelmente assumo minha incompetência. Sairei como anônimo, mas sou a vívian.
Você mesma usou, em outra roda, "responsibilidade". "Responsividade" não lembra muito "responsabilidade", porque posso responder e tirar o corpo fora. Esta última, a bem dizer, inclui o responder (lembra de responsório?). "Respondibilidade" é pouco para o que o círculo propôs, pq se restringe ao responder em si, sem cobrir a atitude de resposta que é a responsividade. Como em russo usa-se a mesma palavra para esses dois sentidos, a coisa se complica. O Adail Sobral criou o neologismo que você usou. Mas ele mesmo diz que em russo não há neologismo na palavra usada. Há quem o censure por fazer isso, e quem goste.
Vejo que é preciso saber muito russo, e muito do pensamento russo, bem como do pensamento kantiano alemão, para traduzir bem Bakhtin, pq as nuanças não são identificadas por quem não tem esse saber profundo, ainda mas que ele faz neologismos usando o alemão especializado da filosofia! Talvez seja o caso de nunca fazer de Bakhtin uma leitura do tipo "acho que sei o que ele queria dizer", mas de ver as nuanças nos vários textos. O tema é ideologia, e acabei fazendo uma declaração ideológica em vez de discutir ideologia. Agora vai assim mesmo.
No dinamismo entre eu e o outro.
A dialogia, o exercicío e o ato de dialogar são os alicerces da hibridez.
Eu me construindo no outro, a sua perpectiva. O clássico e popular: O que eles vão pensar se eu fizer ou agir desta ou desta forma.
A dinamina da ideologia é expressão do assujeitamento em cada discurso.
Acho que acabo de ser ideológica, inclusive. E só estou achando que isto é ideológico pela ideologia que eu vejo em mim.
Moldarei-me um caleidoscópio a partir de ti. E Deus fez o homem sua imagem e semelhança.
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